quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

ANO NOVO (I)



   Nasci velho, nunca remocei.
   Dias se aboletam em meus ombros, vivo a suportar.
   Este sou eu: zarolho e manco, de forma geral.
   Gostava de ser feliz, estado que jamais reconheci.
   Vejo menos a cada dia; assim também descompreendo pessoas e mundo.
   Nada diferente do ano que passou, deste que passa;  talvez do que virá.
   Prometo-me tentar, pelo menos isso ainda consigo.
   O quê, não sei bem. Mas tentarei.
   Se chegar lá, se lá eu percorrer inteiro.
   Nasci velho, velho seguirei.

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