segunda-feira, 25 de julho de 2016

OLIMPIADAS



   Tudo que temíamos está para acontecer.
   Tudo que sabíamos que aconteceria, acontece e acontecerá.
   Nosso famigerado jeitinho tem dado o tom operacional.
   Nada está pronto, mas tudo ficará pronto a tempo de os jogos acontecerem.
   Isso é certo, do mesmo modo que somos incertos. Somos, lá eles, bem entendido.
   O lixo na baía da Guanabara está que é uma beleza. Escorre, flutua em camadas oleosas, espumantes e sólidas. Um perigo para os olhos, vê lá para o estômago. Mas o sistema eletrônico de controle do fluxo de lixo nas águas da baía é simplesmente impressionante, de primeiro mundo, de encantar japonês. 
   Dizem que saberemos antecipadamente, como se previsão metereológica fosse, onde e em que intensidade o lixo flutuará, podendo assim se remanejar a tempo as regatas. Isso não é fantástico? Nunca houve uma Olimpíada com tais recursos. Somos bambas, mesmo.
   E os quartos da Vila Olímpica esbanjam fios expostos, água pelo piso e cheiro de gás. A providência, segundo o prefeito do Rio de Janeiro, será trazer cangurus para que os australianos se sintam em casa. Rir talvez seja o melhor remédio. Para quem levar um choque, um tombo ou se intoxicar. 
   Ninguém nos supera em espirituosidade e gentileza, não é, senhor prefeito??
   O velódromo não está pronto... bem, deixa pra lá.
   Vamos torcer para que os motoristas conheçam bem o trajeto da Vila Olímpica até as arenas de competição. Caso sigam o GPS, podem parar em zonas vermelhas, aquelas em que se precisa de autorização para entrar em comboio e em que as balas chovem diuturnamente.
   Mas nada que venha a atrapalhar a venda de drogas nas imediações, não é mesmo, senhoras e senhores?
   As praias estarão lotadas, os serviços de acompanhantes, congestionados, e os calçadões, em festa, como sempre.
   Que mal há?
 

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