terça-feira, 1 de março de 2016

MAGRELEZA, em OBSCENAS, de CARLOS BARBOSA



   Magrez sadia em cetim contida.
   Expressão justa de leveza ondulava envolvida
pelo tecido.
   Não simplesmente, não permanentemente.
   Seu contorno sutil retornava cruel, quando
parecia recolher-se.
   Assim pressionava o vestido uma proeminência
carnal, ora aqui ora acolá, a destacar uma faixa
de cores ou uma flor ali estampada.
   Vibração que se ausentava, momentaneamente,
no relaxar do passo.
   Ou, quem sabe, ao se dar por satisfeita em sua
exuberância fugaz.
   O vestido com ela dançava pela calçada.
   E pela calçada todos os sóis a iluminavam.



Extraído de "Obscenas", livro de minicontos publicado pela P55 Edições, em 2015.

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