sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

SALVADOR, ZONA AZUL (VII)

Volto ao estacionamento: oito reais por hora ou fração num daqueles para quem acessa o Pelourinho pela Baixa dos Sapateiros. Sem apelação, sem minutagem, redondos.

O que faz alguém no Pelourinho? Passeia, fotografa, faz compras, vai a shows, eventos, bebe, come, demora-se por aquelas ladeiras, entre o casario colonial, refrescando-se aqui e acolá. Programa para algumas horas, nunca para uma hora. Em uma hora vai-se ao banco, e olhe lá.

Então, a quem se destina um estacionamento a 8 reais a hora ou fração? Talvez a uma pequeníssima fração de soteropolitanos. Para turistas? Ora, não sabia que turistas alugavam carros como quem compra fitinhas do Senhor do Bonfim. Sobra para quem necessita, de verdade, ir até aquelas plagas para algum compromisso. E aí tem que chimbar (ou será ximbar?) em 24 reais por 3 horas no Pelourinho.

Isto é liberalismo: não estamos aqui para promover bem-estar público, mas para arrecadar cada vez mais (e permitir que os nossos faturem mais, também) para, assim, realizar obras de superfície, obras que todos vejam, alavancando nossa carreira política. Quem tem carro que se vire para mover-se com ele pela cidade e para estacionar - isso não é problema do poder público. Essa é a cor de Salvador.

Para fechar o assunto: soube que na parte de riba, na Misericórdia, estacionar custa nove reais a hora ou fração. Sem misericórdia.

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