Vencedor do
Prêmio Planeta como melhor romance espanhol de 1987, narrativa deliciosa
construída em primeira pessoa, numa linguagem de época que instala o leitor
como mais um aventureiro em busca do unicórnio em terras d’África, a mando de
D’El-Rey D. Henrique IV, no séc. XV, quando a navegação por mares distantes
ainda era segredo de estado. Pois os heróis desse romance empreenderam viagem a
cavalo, a camelo, a pé, enfrentando no “país dos negros” o grande areal, as
matas fechadas, os rios e animais deles desconhecidos, em busca do poder
afrodisíaco do afamado corno.
Impressiona o trabalho de linguagem, o
referencial histórico de suporte (o narrador não é nenhum sábio), o emaranhado
de aventuras e o humor extraído da ignorância e da perplexidade de homens
comuns diante do desconhecido: coisas, entes e costumes. Uma leitura em que se
experimenta o puro prazer que a boa literatura deve trazer aos poucos humanos
contemporâneos que ainda a valorizam.
Imagem: Bol Fotos, Luccia Lignan
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