domingo, 8 de maio de 2011

MATERNURA

vem de longínquas noites febris
o hálito doce
o olhar cálido
a mão suave
ternamente pousada em nossa testa
a medir tremores infantis

o rosto vincado pelas dores pressentidas
o coração em descompassadas batidas
o corpo curvado debruçado no leito
o amor remédio a jorrar do peito

vem do berço
do seu toque protetor no silêncio noturno
dos esfregões e cuidados
a energia umbilical
que nos faz eternas crianças
a buscar amparo e cura
no colo sempre morno da infância
nas mais doces lembranças
que a vida nos pode legar:
a ternura materna a nos enlançar


in Matalotagem e outros poemas da viagem, Letras da Bahia, Secult/BA, 2006.

2 comentários:

  1. É um lindo poema sobre o reconhecimento de um filho do amor de uma mãe, sobre o amor de um filho por uma mãe. Bjsamovc

    ResponderExcluir
  2. Carlos, meu amigo, obrigado pelo seu comentário no Não leia! E parabéns por ontem, Andreia e eu nos lembramos, mas, ao fim, na correria que é esta vida, esquecemos de lhe enviar uma mensagem. Mas pensamos em você, o que é mais importante, sempre! Abraço forte!

    ResponderExcluir