sábado, 8 de janeiro de 2011

PONTO DE CONVERGÊNCIA

Você deixa pra ir ao supermercado à noite. Sai de casa depois das 22h, acreditando no trânsito leve e na ausência de fila no caixa. Você tem seu ritmo, foge do estresse o mais que pode. Então, vai às compras com esse espírito. E assim se aproxima do Bom Preço da Pituba.

Parece que há um caminhão baú estacionado, você reduz a marcha, a entrada da garagem fica bem ali... pronto, o caminhão praticamente fechava a entrada e você passou do ponto. O jeito é encostar adiante e dar ré. São 22:30h, a manobra deve ser fácil, o trecho é curto.

Mas um outro automóvel encostou na traseira do seu carro e a ré fica impraticável. Você adianta seu carro um pouco mais, já irritado. Pensa então que o outro sujeito também perdeu a entrada e quer fazer o mesmo que você, encostar e dar ré. Mas, não. Sua irritação aumenta quando o sujeito simplesmente faz uma manobra e se afasta. O palavrão brota repentino: "Filho da puta! Tinha a rua toda livre! Que merda queria colando no meu carro?" Bem, talvez você tenha se livrado de um assalto... nem mesmo esse pensamento alivia a tensão.

Com a ré engatada, já acelerando, você ouve uma buzina. A traseira do seu carro está indo ao encontro de um carro que está saindo da garagem. É, a saída fica junto da entrada. Outro palavrão, quase houve uma batida, você desfaz a manobra, avança para dar passagem, volta a engatar a ré. Mas agora é o caminhão baú que se move para sair. E mais uma vez você não consegue dar a maldita ré e acessar a garagem do supermercado. O caminhão se move lenta e pesadamente até se desgrudar da calçada e desaparecer na esquina. Tudo isso às 22:40h, quase onze da noite.

E de repente você está sozinho na rua. Chega a duvidar. Verifica repetidas vezes o retrovisor lateral, o interno, até dar a desgraçada da ré, com receios de atropelar fantasmas.

Ao estacionar na garagem do supermercado você já está exausto.

Um comentário:

  1. Parece que as coisas ficam mais reais quando leio o que você escreve. Bjsamovc.

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